Inclui bibliografia.

O maior pendão do samba de Piratininga era menino de Valinhos (SP), corintiano, boêmio, artista de rádio, circo, cinema e TV. Sua personalidade cruzou o século XX para viver a transformação da provinciana São Paulo na maior cidade do Hemisfério Sul. Justamente essa metamorfose é pano de fundo para as lentes precisas de Celso de Campos Jr., biógrafo ideal, para quem a trajetória de seu personagem é mais do que pretexto para revelar panorâmicas de uma época. Resultado de intensa pesquisa em fontes primárias e de uma infinidade de entrevistas, esta biografia plural apresenta big closes inéditos de vários Adonirans, além de planos médios de outros tantos coadjuvantes, como os Demônios da Garoa, o radialista Osvaldo Moles e o produtor musical Pelão. Compositor que tentou carreira como cantor, Adoniran confunde-se com a história tão particular do rádio paulistano, fenômeno isolado da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, emissora líder em todo o território brasileiro. Esta biografia revela o dinâmico dia-a-dia do rádio em São Paulo, de sua participação decisiva na Revolução de 1932 aos bastidores dos programas de auditório. Neste último gênero, Zé Conversa, Giuseppe Pernafina e Charutinho Espúrio da Silva são alguns dos tipos inesquecíveis vividos pelo autor de Saudosa Maloca. Como radioator humorista, tornou-se uma das estrelas da Rádio Record, responsável por manter seu programa Histórias das Malocas, imbatível mesmo com a concorrência da TV. Na seara musical, Campos Jr. nos sacia a curiosidade da gênese de clássicos como Iracema, Samba do Arnesto e Trem das Onze, apresentada pelo compositor aos Demônios pela primeira vez no 25º andar de um prédio da Praça Júlio Mesquita, bem longe do Jaçanã. Compositor-andarilho, Adoniran teve grandes idéias nas caminhadas diárias, inspiração pela observação direta do cotidiano. Foi gravado por nomes do calibre de Emilinha Borba, Gal Costa e Elis Regina. Chegou a compor com pseudônimo de cachorro: Peteleco. E conseguiu a proeza de tirar o primeiro lugar no Concurso de Músicas Carnavalescas do Quarto Centenário do Rio de Janeiro. Adoniran Barbosa, personagem construído por João Rubinato, seu nome de batismo, é fruto da mestiçagem paulistana. Seu português duvidoso era meticulosamente calculado: "Escrever errado é a coisa mais difícil que existe", dizia. Entre o lirismo e o sarcasmo, a figura inesquecível de gravata-borboleta incluiu-se em sua obra, como retratos sentimentais da cidade e sua gente - retratos que estão em exposição neste Adoniran - Uma Biografia, agora de forma definitiva e permanente. Fonte pesquisada: www.amazon.com.br/