Biblioteca Pública Municipal de São Bernardo do Campo

A mosca azul /

Autor(es): Betto, Frei, 1944- [Autor ].
Tipo de material: TextoTextoEditora: Rio de Janeiro : Rocco, c2006Descrição: 317 p. ; 19 cm.ISBN: 8532520065.Assunto(s): Silva, Luiz Inácio Lula da, 1945- | Política e governo | BrasilGênero/Forma: Aspectos econômicosSumário: Quarenta anos como ativista de esquerda no Brasil nutriram Frei Betto com a riqueza de histórias e reflexões éticas que emergem em A mosca azul, livro cujo nome emerge de um poema de Machado de Assis sobre as maiores tentações humanas. Uma dessas tentações, o poder, muda a história do Partido dos Trabalhadores ao se tornar governo em 2003, e também muda a opinião dos brasileiros sobre o partido que passa de estilingue à vidraça. Nascido no seio dos trabalhadores, o PT se distinguiu da esquerda organizada por sua proximidade fluida com as comunidades eclesiais de base e os movimentos sociais brasileiros, bem como pelo excepcional carisma de seu líder. No entanto, Frei Betto argumenta que, "os meus dois anos no governo Lula me incentivaram a compartilhar meu ponto de vista com os leitores de um ponto: o Palácio do Planalto , coração de poder". Ao assumir a presidência, o PT assumiu a lógica do Estado longe das bases, desideologizou seu discurso e deslocou seu projeto da esquerda para a social-democracia. O desafio de reestruturar a política interna do país, restabelecer a formação política, reacender o entusiasmo da militância e, acima de tudo, proetar seu projeto de permanência no poder, não se concretizou. “A pessoa vestida com poder - quem quer que seja: administrador ou gerente, policial ou político - deve prestar atenção ao que seus subordinados dizem sobre ele, mas não é o que acontece em geral, damos mais atenção ao julgamento de colegas e superiores, em busca do reconhecimento de quem tem o poder de expandir nosso poder. Assim, sobre os subordinados recai nosso outro lado perverso, que nos esforçamos para esconder dos olhos de nossos colegas e superiores. Quem está acima tem o poder de advertir, censurar, punir e demiti-los, como eles não nos ameaçam, deixamos o demônio dentro de nós transbordar, levantamos nossas vozes, humilhamos, insultamos, repreendemos e quase não conseguimos descarregar mordidas na vítima. Dê à pessoa uma fatia de poder e você saberá quem ela realmente é. O poder, ao contrário do que se diz, não muda as pessoas, isso os faz se revelar, é como o artista que estava sem pincel, tinta e tecido ou o assassino que finalmente tem uma arma. O poder sobe à cabeça quando já estava destilado, em repouso, no coração. Como o álcool, ele intoxica e, às vezes, elogia, excita a agressividade, destrói escrúpulos. Uma vez revertida da função ou posição, título ou privilégio, a pessoa se considera superior e não admite que subordinados contradigam sua vontade, suas opiniões, suas ideias e seus caprichos. Mas nestes tempos de inversão de valores, onde infelizmente a velha frase - quer conhecer um homem dê a ele o poder, precisamos ficar o tempo todo em estado de alerta, o que definitivamente é uma pena para as relações humanas já que essa é uma síndrome que ataca frontalmente o pacto de civilidade que anda ultimamente tão fragilizado entre nós brasileiros”. Fonte pesquisada:
Tipo de material Localização atual Setor Classificação Exemplar Situação Previsão de devolução Código de barras
Livro e folheto Biblioteca Machado de Assis
Acervo geral
Circulante 320.981 B466ma c2006 (Percorrer estante) e. 6 Disponível 5062447
Livro e folheto Biblioteca Monteiro Lobato
Acervo geral
Circulante 320.981 B466ma c2006 (Percorrer estante) e. 5 Disponível 5027011

Quarenta anos como ativista de esquerda no Brasil nutriram Frei Betto com a riqueza de histórias e reflexões éticas que emergem em A mosca azul, livro cujo nome emerge de um poema de Machado de Assis sobre as maiores tentações humanas. Uma dessas tentações, o poder, muda a história do Partido dos Trabalhadores ao se tornar governo em 2003, e também muda a opinião dos brasileiros sobre o partido que passa de estilingue à vidraça.
Nascido no seio dos trabalhadores, o PT se distinguiu da esquerda organizada por sua proximidade fluida com as comunidades eclesiais de base e os movimentos sociais brasileiros, bem como pelo excepcional carisma de seu líder. No entanto, Frei Betto argumenta que, "os meus dois anos no governo Lula me incentivaram a compartilhar meu ponto de vista com os leitores de um ponto: o Palácio do Planalto , coração de poder". Ao assumir a presidência, o PT assumiu a lógica do Estado longe das bases, desideologizou seu discurso e deslocou seu projeto da esquerda para a social-democracia. O desafio de reestruturar a política interna do país, restabelecer a formação política, reacender o entusiasmo da militância e, acima de tudo, proetar seu projeto de permanência no poder, não se concretizou.
“A pessoa vestida com poder - quem quer que seja: administrador ou gerente, policial ou político - deve prestar atenção ao que seus subordinados dizem sobre ele, mas não é o que acontece em geral, damos mais atenção ao julgamento de colegas e superiores, em busca do reconhecimento de quem tem o poder de expandir nosso poder. Assim, sobre os subordinados recai nosso outro lado perverso, que nos esforçamos para esconder dos olhos de nossos colegas e superiores. Quem está acima tem o poder de advertir, censurar, punir e demiti-los, como eles não nos ameaçam, deixamos o demônio dentro de nós transbordar, levantamos nossas vozes, humilhamos, insultamos, repreendemos e quase não conseguimos descarregar mordidas na vítima.
Dê à pessoa uma fatia de poder e você saberá quem ela realmente é. O poder, ao contrário do que se diz, não muda as pessoas, isso os faz se revelar, é como o artista que estava sem pincel, tinta e tecido ou o assassino que finalmente tem uma arma. O poder sobe à cabeça quando já estava destilado, em repouso, no coração. Como o álcool, ele intoxica e, às vezes, elogia, excita a agressividade, destrói escrúpulos. Uma vez revertida da função ou posição, título ou privilégio, a pessoa se considera superior e não admite que subordinados contradigam sua vontade, suas opiniões, suas ideias e seus caprichos.
Mas nestes tempos de inversão de valores, onde infelizmente a velha frase - quer conhecer um homem dê a ele o poder, precisamos ficar o tempo todo em estado de alerta, o que definitivamente é uma pena para as relações humanas já que essa é uma síndrome que ataca frontalmente o pacto de civilidade que anda ultimamente tão fragilizado entre nós brasileiros”.

Fonte pesquisada:

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